Parmênides
de Eleia e sua concepção Monista do "ser"
Segundo as
discussões do último encontro do Grupo de Estudos Sophia (Σοφία), temos como característica dos filósofos cosmológicos, a passagem gradual das concepções míticas (Cosmogônicas) à explicação sobre a natureza por ela mesma. Dentre estes filósofos, podemos observar abordagens tipicamente naturalistas (Tales de Mileto, Anaximando de Mileto e Anaxímenes de Mileto) e outras mais abstratas conceitualmente, como no caso de Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eleia.
Parmênides
de Eleia, fundador da Escola Eleática, travou uma luta filosófica com um outro
filósofo (ou sua corrente filosófica) mais ou menos contemporâneo a seu tempo - Heráclito de Éfeso. Aquele defendia, através de seu Poema, uma concepção monista (una) da realidade, isto é, uma concepção de unidade ou totalidade do real para além do movimento, o qual fora muito criticado por ele, considerando-o mera característica aparente das coisas.
Parmênides
estabelece, assim, a base para se pensar a existência de uma Essência das coisas. Algo imutável,
invariável, todo inteiro, cujo conhecimento só a razão poderia alcançar.
"O ser é , o não-ser não é". Eis
a forma simples e célebre que Parmênides estabelece o princípio de identidade, posteriormente abordado pela Metafísica de Aristóteles.
Uma vez que o ser é, logo ele existe. Sendo, assim, perscrutável e cognoscível pela razão. Ele não pode deixar de ser, o que o tornaria impensável e impossível de conhecê-lo, impossível mesmo de se imaginar, o nada.
As mudanças que, porventura, vierem a ocorrer são apenas aparentes e percebidas pelos nossos sentidos, que nos enganam (representado
pelo filósofo como a Opinião, mutável e, por isso, falsa).
Sendo
assim, existe algo de essencial que jamais mudará, jamais deixará de ser. O não-ser, ao contrário do ser, não é. Este jamais poderá vir a ser.
A afirmação "(...) Pois
pensar e ser é o mesmo" é intrigante e estabelece que o ato de pensar confere existência à coisa que, porventura, não exista na realidade concreta, demonstrando que só se pode pensar/conhecer aquilo que é - o ser.
A estória contada de maneira metafórica no fragmento de seu poema, nos dá a oportunidade de conhecermos esse
fascinante Filósofo, cujas ideias infelizmente não nos puderam chegar na sua totalidade, mas nos dá a
indescritível sensação de termos em nós, enquanto essência, a possibilidade de verdade inteira do mundo.
Mas como
bem sabemos, existe uma outra concepção da realidade. E conforme veremos, através do professor, nos demais encontros, Heráclito se opunha de forma ferrenha à ideia Monista de Parmênides .
E que venha
Heráclito e sua teoria Mobilista
encalcada no conflito dos contrários.
Renato Alves Pereira da Silva
Aluno do 2º Ano C da E.E. Ver. Elísio de Oliveira Neves
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